Refletir sobre o papel do profissional de Marketing nunca foi tão importante quanto agora. Afinal, estamos entrando em um cenário em que as fronteiras entre comunicação, produto, dados e estratégia já não são tão claras, e isso exige uma postura muito mais ampla de quem está à frente das decisões. E é justamente nessa transição que a discussão reaparece: em Marketing 2026, o que deve vir primeiro? O mergulho no negócio ou a habilidade de se comunicar bem?
O Marketing precisa olhar profundamente para o negócio para, então, traduzir isso em comunicação consistente, relevante e alinhada ao crescimento. Quando essa ordem se inverte, a área perde potência, pois passa a agir apenas como produtora de peças, e não como motor estratégico.
Segundo o CMO Summit Tracking 2025, realizado pelo Mundo do Marketing e pelo Instituto QualiBest, 27% dos CMOs brasileiros afirmam que a principal responsabilidade do líder é olhar para o negócio como um todo. Apenas 14% acreditam que a prioridade está na construção de marca. Entre esses extremos, surge a visão predominante: 59% consideram que ambos os pilares dividem o mesmo peso, porque um depende do outro para gerar resultados reais.
A evolução que preparou o terreno para o Marketing 2026
Quando revisitamos a trajetória da área no Brasil, percebemos uma movimentação clara. Por muitos anos, o trabalho de Marketing ficou restrito à comunicação e às campanhas. Era como se a área funcionasse separada das decisões críticas do negócio. Entretanto, à medida que as empresas amadureceram, ficou evidente que comunicar sem contribuir para o planejamento não era suficiente para garantir crescimento.
E essa mudança ficou ainda mais evidente na última década, quando dados, performance e construção de valor passaram a caminhar juntos. Hoje, o líder de Marketing precisa olhar para múltiplas frentes e atuar como uma espécie de clínico geral, conectando diagnósticos, indicadores, comportamento do consumidor e metas comerciais. Portanto, Marketing 2026 exige versatilidade, pensamento sistêmico e, acima de tudo, responsabilidade sobre o que entra no funil e como isso se converte em receita.
Quando analisamos o que mais se espera de um CMO, dados de mercado nos mostram um alinhamento interessante: 39% acreditam que o principal atributo do líder é gerar demanda. A seguir, 26% destacam sua capacidade de gestão de pessoas e liderança. E, apenas em terceiro lugar, com 17%, aparece a construção de marca. Isso não diminui sua relevância. Na verdade, reforça a necessidade de integrar identidade, posicionamento e comunicação a um plano saudável de crescimento.
Por que o Marketing 2026 não vai funcionar com ações isoladas?
Para entender como a área deverá se posicionar daqui em diante, vale observar exemplos práticos que revelam essa lógica em movimento. Quando olhamos para empresas que transformaram sua presença de mercado nos últimos anos, percebemos que elas não cresceram apenas porque criaram campanhas memoráveis. Elas cresceram porque uniram produto excelente, experiência fluida, comunicação estratégica e decisões orientadas por dados.
As competências que moldam o líder de Marketing 2026
Se existe algo que os últimos anos ensinaram é que Marketing se tornou uma disciplina muito mais analítica. Portanto, o profissional que quer se destacar precisa entender comportamento, dados, contexto, finanças e tecnologia com a mesma maturidade que compreende conteúdo e narrativa. E, além disso, deve orquestrar todas essas frentes de maneira integrada, garantindo que cada ponto de contato reflita a estratégia da empresa.
Isso significa que o líder do futuro será alguém capaz de navegar entre operações, vendas, produto e comunicação com segurança. Da mesma forma, precisará manter um olhar atento sobre métricas e sobre o impacto real de cada ação. Por isso, a posição se torna desafiadora e, ao mesmo tempo, essencial para a evolução das empresas. Ao mesmo tempo, essa visão exige uma habilidade humana que muitas vezes é negligenciada: escuta ativa.
Entender o público, conectar momentos de jornada e transformar dados em decisões práticas requer sensibilidade e leitura de contexto. E, assim, o líder amplia sua capacidade de gerar influência positiva e construir resultados sustentáveis.
É sobre impacto, estratégia e influência
A verdade é que o Marketing do futuro não pertence mais ao campo das ideias isoladas. Ele pertence à prática estratégica. Pertence à capacidade de antecipar movimentos, estruturar experiências e fortalecer o produto. Portanto, não basta ser criativo; é preciso ser relevante, analítico e profundamente conectado ao negócio. Quem conseguir unir esses elementos assumirá naturalmente um papel de destaque nas organizações.
Por isso, enquanto muitos ainda discutem se a área deve priorizar comunicação ou estratégia, as empresas mais inovadoras já perceberam que não há separação possível. A comunicação nasce do entendimento profundo do negócio e, em síntese, o negócio cresce quando a comunicação traduz valor real. E esse é o caminho inevitável para quem deseja se destacar em Marketing 2026.
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